Cantanhede surpreende pela sua atmosfera urbana verdadeiramente estimulante. A cidade está a crescer segundo rigorosos critérios de planeamento, articulando de modo exemplar as áreas de construção com espaços verdes devidamente dimensionados e muito bem cuidados. Ninguém fica indiferente à irrepreensível limpeza das ruas e espaços públicos, à qualidade do meio ambiente, à preservação do património, ao equilíbrio das zonas edificadas, aos amplos circuitos pedonais ou aos largos e jardins que conferem a Cantanhede um carácter distintivo.
É neste contexto que decorrem, com assinalável regularidade, eventos que proporcionam o acesso generalizado da população aos bens e valores da cultura, desde concertos de música clássica a exposições de artes plásticas, teatro e outras relevantes manifestações artísticas de carácter erudito ou mais popular.
Para isso, existem em Cantanhede importantes equipamentos coletivos, como a Biblioteca Municipal, um edifício moderno e funcional que oferece um leque variado de serviços e produtos culturais, ou o Museu da Pedra. Esta unidade museológica, a funcionar num imóvel de grande interesse arquitetónico, possui, entre outros aspetos, um acervo representativo dos ornamentos de cantaria e valiosas obras de escultura elaboradas a partir da utilização da famosa pedra de Ançã, matéria-prima intimamente ligada ao período áureo da evolução da escultura renascentista, no século XVI.
No prolongamento do mesmo edifício, a Casa Municipal da Cultura acolhe regularmente exposições de pintura e escultura de alguns dos mais proeminentes artistas nacionais e internacionais no domínio das artes plásticas. No Concelho de Cantanhede desenvolve-se também intensa atividade desportiva numa rede de equipamentos em que pontificam infraestruturas de dimensão apreciável, designadamente as Piscinas Municipais, o Pavilhão Marialvas, o Parque Municipal de Ténis e o Complexo Desportivo de Cantanhede, junto ao qual se situa a Academia Municipal de Golfe, que integra um campo com nove buracos.
A imagem de marca turística do Município de Cantanhede tem também créditos firmados na rica tradição gastronómica que pode ser apreciada em restaurantes de referência, como as saborosas caldeiradas, robalo e a sardinha na telha, o famoso leitão à Bairrada, a chanfana, os rojões e o sarrabulho são as propostas mais conhecidas.
Associada à gastronomia está a incontornável excelência do vinho de Cantanhede. Integrando a Região Demarcada da Bairrada, toda a paisagem da zona Nascente do território tem vinhedos a perder de vista. A exclusividade das características geomorfológicas dos solos e a influência do clima no ciclo vegetativo das castas autóctones dominantes, com destaque para a Baga, estão na origem da excelência de vinhos a que os melhores enólogos internacionais atribuem qualidade ímpar. Neste importante sector, destaca-se a Adega Cooperativa de Cantanhede, que tem conquistado inúmeros prémios nos mais prestigiados concursos mundiais.
Viticultura
Neste concelho, onde a viticultura remonta ao tempo dos romanos, encontramos a principal mancha vitícola da Região Demarcada da Bairrada.
Actualmente com cerca de 1400 viticultores associados, representando uma área total de vinha de 2000 Ha, esta adega é o maior produtor da região, representado 25 a 30% da produção.
A sua dimensão e consequente responsabilidade que assume no contexto da região demarcada onde se insere, desde cedo exigiu que o caminho a seguir fosse o de valorizar as castas características da região, apostando na produção de vinhos com maior qualidade. Inicialmente comercializados exclusivamente a granel, após apenas 9 anos depois da sua fundação e contra todas as correntes do sector cooperativo de então, esta adega inicia, pioneiramente, a venda dos seus vinhos engarrafados procurando uma alternativa para a diferenciação dos vinhos de Cantanhede.
A estratégia adoptada não demorou a dar frutos. Hoje esta adega certifica mais de metade da sua produção com a Denominação de Origem Bairrada, assumindo uma destacada liderança neste segmento e, mais recentemente também nos Vinhos Regional Beiras.
Hoje a sua política produtiva assenta num pressuposto basilar que passa por uma forte aposta nas castas portuguesas, particularmente da Bairrada, sua defesa, promoção e divulgação. Neste contexto merecem especial destaque a casta tinta Baga e as castas brancas, Bical e Maria Gomes, com base nas quais se tem vindo a produzir novos estilos de vinho, resultado não só das características sui generis dessas castas, mas também de um esforço permanente na modernização dos processos de vinificação. Acreditamos que desta forma proporcionamos ao cliente final uma nova oportunidade de escolha pela diferenciação.
Se a modernização dos processos de vinificação constitui preocupação permanente, paralelamente o mesmo acontece com o acompanhamento desde a Vinha até à Adega. Neste contexto aparecemos, de entre as nossas congéneres, como uma das primeiras a constituir um Gabinete de Apoio ao Associado, para Produção em Protecção Integrada, que se assume como um sistema de produção que valoriza o Respeito e Não Agressão ao ambiente. Hoje está em curso a evolução para a Produção Integrada, visando alcançar um cada vez maior conhecimento e controlo da qualidade em todas as etapas do processo produtivo da Vinha à Garrafa. Resultado também desta preocupação é a parceria estratégica estabelecida com o BIOCANT (empresa com sede em Cantanhede, vocacionada para a investigação científica na área da Biotecnologia) ao nível da I&D, com a qual se visa alcançar um mais profundo conhecimento do genoma das nossas principais castas, das principais enfermidades que habitualmente as afectam e de eventuais soluções para a sua mais eficaz protecção, perspectivando sempre a sua valorização e distinção, bem como o assegurar de uma eficaz protecção da sua identidade e individualidade.
A consolidação da filosofia que norteia o nosso processo produtivo e a estratégia implementada para a levar à prática culmina, mais recentemente, com a obtenção da Certificação de Qualidade pela NP EN ISO 9001:2000 e a implementação do HACCP.
O mercado externo representa hoje cerca de 20% do volume de negócios, estando os nossos produtos presentes nos mais exigentes mercados mundiais, com especial destaque para a Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Suiça e Canadá entre muitos outros. Ainda ao nível do Mercado externo merece referência a constituição em 2003 da empresa Beiras Alimentar, em Moçambique, visando criar naquela antiga colónia portuguesa uma plataforma que permita trabalhar de forma mais directa os países da África lusófona.
Ao nível do mercado interno, assumem posição de destaque a grande Cadeias de Distribuição Alimentar, o Canal HORECA e o Comércio Tradicional. O acompanhamento destes dois últimos mercados, é da responsabilidade das Caves Conde de Cantanhede, empresa criada em 1994 por iniciativa desta adega, com o intuito de assegurar um contacto mais directo com aqueles mercados.