CANTANHEDE
A freguesia de Cantanhede, sede de Concelho, ocupando uma área de cerca de 46.67 quilómetros quadrados, confina com as freguesias de Pocariça, Ourentã, Portunhos, Outil, Cadima, São Caetano e Febres. Situada no limite que separa as sub-regiões da Gândara e da Bairrada, estende-se pelas povoações de Cantanhede, Póvoa da Lomba, Lemede, Varziela, Franciscas, Lírios e Tarelhos.
Cantanhede dista cerca de 15 km noroeste da cidade de Coimbra e está localizada a norte do rio Mondego.
De assinalável extensão - deterá, logo a seguir à Tocha, o segundo mais amplo termo de freguesia, orçado em 4554 hectares - Cantanhede lidera de longe em termos populacionais, sobre todo o restante conjunto das suas congéneres, tendo ultrapassado já a fasquia dos sete milhares de cidadãos residentes (7066).
Cantanhede é geralmente considerada a capital de sub-região da Gândara, pese embora o facto de se encontrar numa zona de transição para a vizinha Bairrada, sub-região que deterá já boa parte das características geográficas, de ordem física e humana.
SETORES ECONÓMICOS:
Primário: 36%
Secundário: 26%
Terciário: 38%
Cantanhede localiza-se no centro de um triângulo geográfico de notória importância económica, em cujos vértices se situam, além da sede de distrito, as cidades de Aveiro e Figueira da Foz. Ligada por uma rede viária interna com estradas de qualidade, evidenciando ainda uma excelente acessibilidade rodoviária garantida por uma série vias rápidas, das quais se destacam os nós da auto-estrada A1 (Lisboa-Porto), em Murtede, do itinerário-principal IP3 (Viseu-Figueira da Foz), auto-estrada A14 em Ançã, auto-estrada A17 em Mira, bem como a estrada nacional EN 109 (Aveiro-Figueira da Foz), que atravessa toda a zona oeste do Concelho.
Para além dos recursos florestais e dos elevados índices de produção de batata e leite, Cantanhede tem na vitivinicultura a sua atividade com maior expressão, fruto do reconhecimento que os seus vinhos alcançaram como verdadeiro ex-libris da Região Demarcada da Bairrada. Cantanhede enfrenta atualmente um processo de expansão económica que está a permitir ultrapassar os históricos constrangimentos decorrentes da sua tradicional dependência dos sectores agrícola e comercial. Esse processo, assente num plano estratégico de desenvolvimento sustentado, que inclui mecanismos de salvaguarda da qualidade ambiental, está já consubstanciado numa profunda transfiguração do tecido produtivo, em resultado do significativo investimento industrial que se tem vindo a registar nos últimos anos e de uma série de infra-estruturas já concretizadas e outras em vias de concretização. A este nível é particularmente relevante o significativo crescimento da zona industrial de Cantanhede. Também o turismo, a requalificação urbana, a criação e beneficiação de espaços verdes e zonas de lazer, bem como o incremento de iniciativas culturais e desportivas, área onde também se tem assistido a um significativo crescimento dos equipamentos disponíveis, são aposta nesta terra.
Turismo em Cantanhede: Sabores de Terra e Mar
Sabores de terra e mar é a imagem de marca de Cantanhede em termos turísticos, uma imagem com créditos firmados a partir da excelência dos seus vinhos e da sua rica tradição gastronómica.
POCARIÇA
É a freguesia da Pocariça constituída por três povoações: Pocariça, Arrôtas e Montinho. Tem a sua sede na primeira, que dista de Cantanhede cerca de 2 km, e da sede do distrito, Coimbra, cerca de 25 km. A sua altitude varia entre 58 metros, mínima, e 98 metros, máxima. Quem pela primeira vez a visita, não pode deixar de receber uma agradabilíssima impressão.
Assente em planície, só levemente alteada a sudeste, é limitada ao norte pelas freguesias de Febres e Covões e Camarneira, ao sul e poente pela de Cantanhede e Febres e ao nascente também pela de Cantanhede e ainda pela de Ourentã.
Circundam-na excelentes vinhas, olivedos, pomares e matas e ao sul passa-lhe a ribeira do Olho (ou Ribeira da Pocariça, como se lhe chama no Mapa Estatístico do Distrito de Coimbra, de A. R. Andrade – Coimbra, 1885), que nasce na freguesia de Ourentã e vai desaguar, depois de um percurso de 24 quilómetros, na Lagoa de Mira.
Dispondo de grande lençóis de água, a sua agricultura faz-se com relativa facilidade, tendo até permitido, noutros tempos, o cultivo do arroz.
Cortam-na várias estradas que a põem em fácil comunicação com os concelhos vizinhos.
Das freguesias do Concelho, Pocariça é uma das que possuem maior abundância de águas.
Vários cursos de água se mantêm durante todo o ano e só no fim do Verão alguns chegam a secar por motivo das regas que então se fazem.
Os principais são conhecidos pelos nomes de Rio de Cima e Rio de Baixo. Nasce o primeiro nos Ameais, a nascente da povoação, e é, pela abundância das suas águas, o mais importante de todos. A sua extensão é de alguns quilómetros, até ir juntar-se, na Ponte de Vagos, com a Ribeira da Pocariça, que nasce na freguesia de Ourentã e passa na Pocariça pelo nascente.
O Rio de Baixo faz parte daquele, mas é assim conhecido por atravessar a parte mais baixa das hortas – terrenos excelentes, que noutros tempos ficavam cobertos de água durante alguns meses, e que produzem óptimas pastagens durante o inverno e criam, no verão, abundantes searas de milho e feijão.
O Rio das Paredes nasce na Ladeira, a noroeste das Arrôtas, e vem alimentar o lavadouro público, construído em 1931, e engrossar o Rio de Cima, já no centro do povoado.
Embora predominando o calcário, há na área da freguesia muitos terrenos arenosos, e, particularmente neste, a água é finíssima e de sabor muito agradável.
Sobretudo a noroeste de freguesia, muitas são as nascentes de água potável.
Em 1866 ou 1867 nomeou a Câmara de Cantanhede uma Comissão para estudar o sistema hidrológico da Pocariça, a fim de se construir uma fonte que melhor pudesse servir o público, que se estava abastecendo da água de duas quintas particulares.
Essa comissão pôde averiguar que próximo das Arrôtas se encontraria abundante manancial, o que, aliás, já se sabia, por aquelas duas fontes estarem nos limites deste lugar.
Mas outro resultado se não tirou da nomeação dessa Comissão, porque nem se pensou mais na construção da fonte.
Novas diligências se fizeram, também por ordem da Câmara, em 1874, 1896 e 1897, mas o resultado foi mesmo.
Em fins de 1921 uma outra tentativa se fazia, agora por iniciativa da junta da freguesia, a esse tempo presidida pelo Sr. Manuel Ferreira Neves.
Desta vez encontrou a tão almejada água e se construiu a fonte, que tantos benefícios tem prestado à população da freguesia e à de Cantanhede.
A água explorada era de sabor muito agradável, límpida e absolutamente pura. Nasce num pinhal no sítio da Ladeira, em terreno de areia, em que não é fácil dar-se qualquer inquinação. Com a exploração da água e construção da fonte gastou a Junta perto de 900$00, dos quais 396$00 com a compra das manilhas.
Em Novembro de 1935, mandou a Câmara proceder a uma melhor captação da água, o que se aumentou em muito o seu rendimento.